O governo vem tendo dificuldade em encontrar um nome para ser o
interventor da Oi. De acordo com uma fonte, o caso da tele carioca é complexo e
os nomes que foram sondados não mostraram muito interesse em assumir o comando
da empresa, que está em processo de recuperação judicial desde junho do ano
passado e tem dívidas de cerca de R$ 64 bilhões.
Um interventor só será nomeado pela Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) caso a Oi sofra um processo de intervenção. Nesse processo, a
diretoria executiva da companhia é destituída, e o Conselho de Administração da
Oi é afastado por tempo indeterminado.
— As pessoas estão reticentes em assumir o posto de interventor, dada a
complexidade que vai se armando em torno da Oi, seja com as brigas entre o
Conselho de Administração e a diretoria executiva, o processo de caducidade que
está em análise da Anatel e o imbróglio envolvendo a dívida de R$ 11 bilhões
entre Oi e Anatel. Não está fácil. Se tiver que acontecer a intervenção, vai
ser até dificil achar alguém. Tem que ter alguém. Mas não tem nome ainda —
disse essa fonte.
O assunto já foi debatido pelo grupo de
trabalho montado pelo próprio governo, que é liderado pela Advocacia-Geral da
União (AGU). Por isso, uma hipótese que já chegou a ser levantada é que, em
caso de uma eventual intervenção, o próprio presidente da Oi, Marco Schroeder,
poderia ser nomeado interventor da Oi. Na prática, o interventor vai ter carta
branca para tocar o processo de negociação com os credores sem a participação
do Conselho de Administração, destacou essa fonte.
— São opções na mesa. Uma eventual
intervenção só será analisada após a Assembleia Geral de Credores, que acontece
na segunda-feira. O governo precisa dar espaço para que os credores se
posicionem sobre o atual plano de recuperação judicial apresentado pela Oi. O
governo só vai intervir na Oi caso o plano de recuperação da Oi seja reprovado
pelos credores e a falência fique perto de ser decretada pela Justiça —
explicou a fonte.
A Oi apresentou na semana passada a sua
quarta versão do plano de recuperação judicial, que desagradou credores. Na
nova versão do plano, a Oi prevê uma capitalização de R$ 9 bilhões. Com isso,
os credores podem ter até 40% das ações da Oi. Do outro lado, o principal grupo
de credores, liderado pela Moelis e G5, pedem 88% das ações. O grupo considerou
que o plano ignora os credores e ameaça a viabilidade da companhia.
Procuradas, Oi e Anatel não quiseram se pronunciar.
Procuradas, Oi e Anatel não quiseram se pronunciar.
Fonte: Jornal O Globo
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