quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PROCURA-SE INTERVENTOR PARA A OI

O governo vem tendo dificuldade em encontrar um nome para ser o interventor da Oi. De acordo com uma fonte, o caso da tele carioca é complexo e os nomes que foram sondados não mostraram muito interesse em assumir o comando da empresa, que está em processo de recuperação judicial desde junho do ano passado e tem dívidas de cerca de R$ 64 bilhões.

Um interventor só será nomeado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) caso a Oi sofra um processo de intervenção. Nesse processo, a diretoria executiva da companhia é destituída, e o Conselho de Administração da Oi é afastado por tempo indeterminado.

— As pessoas estão reticentes em assumir o posto de interventor, dada a complexidade que vai se armando em torno da Oi, seja com as brigas entre o Conselho de Administração e a diretoria executiva, o processo de caducidade que está em análise da Anatel e o imbróglio envolvendo a dívida de R$ 11 bilhões entre Oi e Anatel. Não está fácil. Se tiver que acontecer a intervenção, vai ser até dificil achar alguém. Tem que ter alguém. Mas não tem nome ainda — disse essa fonte.

O assunto já foi debatido pelo grupo de trabalho montado pelo próprio governo, que é liderado pela Advocacia-Geral da União (AGU). Por isso, uma hipótese que já chegou a ser levantada é que, em caso de uma eventual intervenção, o próprio presidente da Oi, Marco Schroeder, poderia ser nomeado interventor da Oi. Na prática, o interventor vai ter carta branca para tocar o processo de negociação com os credores sem a participação do Conselho de Administração, destacou essa fonte.

— São opções na mesa. Uma eventual intervenção só será analisada após a Assembleia Geral de Credores, que acontece na segunda-feira. O governo precisa dar espaço para que os credores se posicionem sobre o atual plano de recuperação judicial apresentado pela Oi. O governo só vai intervir na Oi caso o plano de recuperação da Oi seja reprovado pelos credores e a falência fique perto de ser decretada pela Justiça — explicou a fonte.


A Oi apresentou na semana passada a sua quarta versão do plano de recuperação judicial, que desagradou credores. Na nova versão do plano, a Oi prevê uma capitalização de R$ 9 bilhões. Com isso, os credores podem ter até 40% das ações da Oi. Do outro lado, o principal grupo de credores, liderado pela Moelis e G5, pedem 88% das ações. O grupo considerou que o plano ignora os credores e ameaça a viabilidade da companhia.

Procuradas, Oi e Anatel não quiseram se pronunciar.


                       Fonte: Jornal O Globo




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